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Quando falamos em empresas familiares, você já parou para pensar como alinhar os valores da família com os valores empresariais para obter vantagem competitiva? Essa é a base da Cultura Familiar.
Você já deve ter ouvido falar sobre culturas organizacionais. Cultura organizacional é um conjunto de valores, costumes e a filosofia que definem como um negócio é conduzido. É a identidade interna da empresa.
Dentre vários tipos de culturas sendo explorados, viemos aqui para falar de uma em específico: a cultura familiar.
E isso significa que a cultura é comandada apenas por uma família? Não necessariamente.
Neste artigo você encontrará qual o verdadeiro significado de cultura familiar, os estilos, seus prós e contras e alguns exemplos práticos desta cultura!
O que é uma empresa com cultura familiar?
A cultura organizacional é única no sentido de que os valores do negócio dependem de quem o fundou e o gerencia.
Segundo o estudo “Culture and Continuity in Family Firms”, de W. Gibbs Dyer Jr., existem quatro padrões notáveis nesta cultura. Vamos a eles!
Paternalista
Este tipo de cultura é voltada para uma hierarquia rígida. Aqui temos líderes bem definidos, geralmente membros da família, que dão ordens para os colaboradores apenas obedecerem, não se importando em dar uma voz ativa para os mesmos.
Existe tratamento diferenciado dos membros da família e não há troca de valores. O modelo é comparado no estudo com a escravidão, visto que um lado fala e outro abaixa a cabeça.
“Deixe fazer” (Laissez-Faire)
Apesar da forte hierarquia e grande privilégio para os membros da família, aqui as coisas mudam um pouco.
Aqui os funcionários têm maior nível de autonomia, são mais confiáveis e podem tomar decisões até certo nível. Eles conseguem dominar os meios, apesar dos fins ainda serem imutáveis.
Participativa
Aqui os relacionamentos tendem a ser mais igualitários e mais orientados para o grupo. Neste padrão, tanto o status quanto o poder da família são menos relevantes e o nepotismo é vetado.
Além disso, na cultura participativa a opinião dos funcionários importa para as tomadas de decisão. Além dos colaboradores terem a oportunidade de ampliar seus talentos e de se desenvolverem profissionalmente.
Profissional
Este padrão tem a ver com a preocupação em profissionalizar a gestão. Nesse caso, o envolvimento da família desaparece, junto com qualquer privilégio citado anteriormente.
O resultado normalmente envolve a criação de vários programas para melhorar a eficiência e reduzir custos. Os funcionários são estimulados para que possam ter a maior eficiência possível em troca de planos de carreira ou benefícios a curto prazo.
Na cultura profissional, é bem comum observarmos empresas preocupadas com a organização como um todo e projetos visando o bem estar individual dos colaboradores.
Em geral todos padrões têm seus próprios conflitos. No livro “Empresas Familiares: seus conflitos clássicos e como lidar com eles”, Grant Gordon nos leva para os bastidores de grandes empresas com cultura familiar e mostra, na prática, como desenvolver soluções para eles.
Características de cultura em empresas familiares
Apesar de termos quatro padrões dentro da cultura familiar, existem alguns pontos que são exclusividade de quem fundou a empresa.
- Tratamento de membros que não são da família;
- Velocidade de adaptação ao mercado;
- Como lidar com contratações e clientes;
- Validação de propósitos;
- Capacitação de funcionários;
Esses valores são definidos pela primeira gestão, durante a fundamentação dos padrões criados na fundação da organização. Vai de família para família, de empresa para empresa.
Além disso, há uma outra característica forte nessas empresas: visão a longo prazo.
Todo negócio é criado para durar, ser produtivo e longevo. Na cultura familiar isso não é diferente, geralmente a visão se baseia no desenvolvimento geração após geração. O que gera um pensamento estratégico diferente, além de uma preocupação com os sucessores.
Mas estes sucessores não precisam ser membros da família em todos os casos. O legado pode ser mantido por membros de confiança, colaboradores que se destaquem durante a jornada e possam manter a longevidade e prosperidade mesmo que sem carregar o sobrenome.
A cultura familiar pode ser mudada?
SIM! A cultura de um empresa sempre pode ser alterada caso o mercado exija ou as relações de trabalho fiquem ultrapassadas junto a visão do fundador.
O indicado neste caso é contar com a ajuda de um profissional para entender melhor o caminho que a sua empresa deve seguir. No episódio 14 do CoBlueCast, entrevistamos Elaine Loureiro, sócia da Uppy, uma consultoria estratégica de recursos humanos.
A própria consultoria se classifica como “Designer de Pessoas”, elevando patamares, conceitos e expectativas de sucesso.
“Quando as empresas começam a pensar em estratégia, elas pensam em produtividades, liderança e vários outros aspectos que uma consultoria pode ser o diferencial”, diz Elaine.
A cultura de empresas familiares está diretamente ligada aos valores dos fundadores, mudá-la pode ser um processo muito estressante e difícil para a família e os funcionários.
Apesar dos problemas, a mudança pode ser necessária para manter a empresa nos eixos e continuar seu legado.
E aí, gostou do nosso artigo? Agora que você sabe mais sobre a cultura familiar, ouça nosso podcast e entenda melhor do assunto com quem tem experiência na área.
Você vai se surpreender com o tamanho das empresas que podem ser consideradas de cultura familiar! Confira também nosso artigo sobre o Episódio 13 do CoBlueCast, sobre Employee Experience.
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