Tempo de leitura: 7 minutos
Uma empresa zumbi é uma analogia para quando uma empresa passa a possuir características muito semelhantes aos zumbis da ficção: lentidão, falta de comunicação, desordenação, etc.
Uma epidemia de grandes proporções está infectando empresas ao redor do mundo, as transformando em empresas zumbis e as impedindo de alcançarem seus resultados.
Veja como você pode deixar a sua gestão imune a essa infecção.
O que é Gestão dos Mortos-vivos?
A Gestão dos Mortos-vivos é um exercício de analogia (com muito bom humor) da CoBlue, para explicar dificuldades que empresas estão enfrentando na gestão dos seus negócios e como isso pode se transformar em um filme de terror.
No clássico filme de terror “A Noite dos Mortos Vivos” (George Romero, 1968) a radiação provocada pela queda de um satélite faz com que os mortos saiam de suas covas como zumbis comedores de gente, e que um grupo de pessoas refugiados em uma casa tenham que lutar pela sobrevivência contra uma horda sedenta de carne e sangue.
O filme em si é uma grande metáfora para o momento político e social da época em que foi lançado. Nada mais justo do que utilizar o conceito do filme também como uma metáfora para explorar o atual momento vivido pelas empresas ao redor do mundo.
Entendendo o conceito de empresa zumbi
A metáfora aqui é a seguinte: existe uma epidemia infectando empresas e as transformando em empresas zumbis.
O termo Zumbi na ficção e cultura pop, caracteriza um corpo de uma pessoa morta, mas que parece e age como se estivesse viva.
Uma empresa zumbi segue essas características: estão no mercado, têm suas operações e estratégias aparentemente funcionais, mas possuem características que remetem a um organismo decrépito (no sentido de estarem em crescente decomposição).
Mas antes de nos aprofundar no que caracteriza um organismo decrépito, vamos olhar para o oposto, e pensar no que é um organismo vivo, e consequentemente o que seria uma empresa viva.
O que são as empresas vivas?
‘Empresa é um sistema vivo integrante de um ecossistema complexo com o qual interage e do qual depende.’ MEG/FNQ
Em biologia, organismos vivos são aqueles que apresentam as seguintes características: capacidade de extrair energia a partir de nutrientes, reprodução e adaptação às mudanças ambientais.
Para a Thymus (empresa de consultoria estratégica de marcas) a sociedade nunca foi tão viva. Terá sucesso a empresa que souber usufruir dos princípios da Evolução: interação, adaptação e inovação.
Conversamos com o Ricardo Guimarães, fundador da Thymus em nosso podcast sobre essa temática de empresas vivas e “Como se adaptar a um cenário imprevisível”.
Lembrando que se trata apenas metáforas e analogias, para sustentar um exercício de reflexão. E não devem ser levadas ao pé da letra, tão pouco com a ideia errônea de “a ciência explica o mundo dos negócios”.
Dadas as devidas ressalvas (para que os leitores cientistas não me odeiem), podemos nos perguntar: o que define uma empresa viva?
Na nossa analogia, uma empresa viva, seria aquela que consegue se adaptar a todo momento às constantes transformações do mundo.
Percebe as nuances do seu negócio e como ele pode se ajustar constantemente tendo como sua força motriz o seu cliente.
Como ter foco no cliente torna uma empresa viva?
O foco no cliente faz com que os processos e estratégias precisem ser vivas, e estarem constantemente se adaptando às mudanças culturais, de hábitos ou comportamentais dos seus clientes, já que estes estão mutáveis em uma velocidade nunca antes vista.
Estratégia e processos vivos são altamente adaptáveis. E para que isso ocorra, é necessário dar liberdade e empoderar os indivíduos que fazem parte.
Para construir uma empresa viva, com estratégias vivas e ágeis, é preciso colocar as pessoas no centro do negócio. São elas que estão em contato direto com seu cliente e que fazem parte também dessa equação.
É necessário engajar pessoas, atuar com transparência, para que possamos tirar insights em tempo real que nos permitam lidar com todas essas mudanças.
Uma empresa viva é de feita com pessoas, por pessoas, para pessoas.
Mas e o que é uma empresa zumbi?
Primeiramente, é importante não confundir com o conceito de “empresa zumbi” apontados pela KPMG em seu estudo global sobre empresas que não possuem vida financeira sustentável.
Em nossa analogia, o termo “empresa zumbi” trata exclusivamente sobre os processos de gestão e estratégia das organizações. Que obviamente, irão inferir no aspecto financeiro, mas não é o foco da analogia.
Então, vamos lá: o que são as empresas zumbis que estamos falando aqui?
São empresas que continuam em movimento (existentes), mas que ao detalharmos suas condições podemos ver claramente que possuem processos e estratégias que deveriam estar enterradas.
Apresentam uma diminuição progressiva da eficiência das suas funções orgânicas (foco no cliente, capacidade de inovação, comunicação clara, engajamento da equipe, etc.)
É quase um processo de homeostenose (outro termo biológico para temperar ainda mais nossa metáfora) que diminuí a capacidade do organismo de desempenho das suas funções biológicas essenciais.
Esse processo de zumbificação das empresas, pode ocorrer pelo tempo, como o envelhecimento natural, que torna processos obsoletos (homeostenose) ou por contaminação, quando somos influenciados por modelos ultrapassados que infectam nossa gestão.
É exatamente igual o zumbi citado acima. Pessoas que aparentem estarem vivas, mas que são apenas organismos decrépitos em movimento. E podem ser altamente contagiosos.
Quais os sintomas de uma empresa zumbi?
Lentidão em inovar: Os processos da sua empresa andam se arrastando? É difícil acompanhar as mudanças do mercado, as demandas dos clientes e os concorrentes?
Falta de engajamento: Na sua empresa há hordas de pessoas desengajadas? Que só executam o que mandam, mas não engajam e não contribuem efetivamente para as estratégias do negócio?
Falta de Alinhamento: Há grunhidos de comunicação? Pessoas falam, mas não se comunicam de forma efetiva? Não é comunicação clara sobre o que deve ser feito, o foco das ações?
Falta de Foco: As hordas de pessoas estão caminhando sem direção? Não há uma visão clara e compartilhada sobre as prioridades do negócio? O que deve ser foco e o que deve ser deixado de lado não estão claros?
Se a resposta foi sim para todas ou algumas dessas perguntas, CUIDADO! Sua gestão pode estar infectada!
Como deixar a sua gestão imune?
Primeiro: Alcançar a homeostase do seu negócio (último termo cientifico que vou usar nessa analogia, prometo!) que nada mais é do que uma condição de relativa estabilidade que todos os organismos necessitam para realizar suas funções adequadamente e manter o corpo equilibrado.
Para isso é preciso regular o seu ambiente interno (sua gestão), de modo a manter uma condição estável mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico (mudanças de mercado, clientes, etc.), controlados por mecanismos de regulação inter-relacionados (sua estratégia).
Segundo: Criar condições internas para que sua gestão se mantenha viva e sempre adaptada. Para isso é importante pensar sua estratégia com mindsets e modelos de gestão que captem todas essas nuances.
Um desses exemplos é o OKR (Objectives and Key Results ou Objetivos e Resultados Chaves)
Suas características de comunicação e alinhamento, motiva as pessoas (já vimos a importância delas, lembra?) a trabalharem juntas, concentrando esforços para fazer contribuições mensuráveis e desafiadoras para o progresso de uma organização.
Com OKR você empodera pessoas a construírem colaborativamente as estratégias e gestão do seu negócio. Quer algo mais vivo do que isso?
O que você achou desta matéria? (É cientista e ficou ofendido com minhas analogias?) Tem dúvidas ou alguma sugestão para novos temas? Comente aqui em baixo e vamos bater um papo sobre!
Comments
Very good blog article.Thanks Again. Keep writing.
Boa aí tal tomara que tire um negócio que leve até a televisão aqui no Brasil e daqui ver os filmes