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Em entrevista sobre OKR ao jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo da rádio CBN, o sócio da CoBlue, George Eich explicou como funciona a metodologia, que tem como meta melhorar o desempenho de projetos e empresas.
Confira os principais tópicos da entrevista:
Falta de planejamento e flexibilidade
Muita inciativa e pouca acabativa: esse foi um dos desafios citados por Jung ao iniciar a entrevista com George Eich. Sobre a falta de planejamento das empresas, George ressalta a problemática das empresas que estão sempre apagando incêndio, sem foco no que realmente gera resultados para o negócio e valor para o cliente.
Além disso, explica que para que os planejamentos tornem-se realidade, é necessário que eles sejam menos engessados. Eles devem permitir uma adaptação as transformações do mercado: “Vivemos em um mundo onde você faz uma lista de tarefas e antes mesmo de concluir, as cosias já mudaram” comenta George em entrevista sobre OKR.
Jeitinho brasileiro
George afirma que o jeitinho brasileiro é hoje o principal concorrente de seu negócio. Segundo ele, ainda estamos condicionados a pensar de maneira que não leve em conta aonde exatamente queremos chegar e não traçamos estratégia para conseguir isso. Um modelo de gestão por objetivo você precisa realmente definir onde vai chegar.
OKR e modelos de gestão ágil
OKR é um acrônimo para Objectives and Key Results – Objetivos e Resultados-chave. George brinca que o modelo OKR é o GPS do carro: “Você está aqui e quer chegar lá. O OKR vai apontar os caminhos mais ágeis, os obstáculos e um plano para chegar até lá”.
Os modelos ágeis sugerem a definição de planos flexíveis às transformações do mercado. Segundo George, nestes modelos você estará constantemente se perguntando sobre o caminho certo e o que pode fazer para melhorar: “Em pouco tempo criamos, recriamos soluções, gerando inovações”.
Você busca entregar algo de valor e planeja seus próximos passos levando em consideração as dificuldades e oportunidades encontradas nas entregas anteriores.
Usar o OKR também pode ser uma estratégia de comunicação interna, ou seja, você passa a comunicar melhor aos colaboradores o porquê de estarem indo trabalhar e melhorar a gestão de pessoas.
Quando questionado sobre as barreiras deste modelo George explicou que o principal desafio é que as pessoas entendam que o pensamento lean é fundamental, pensar simples e acreditar em um processo de construção continua de valor.
Pequenas e grandes empesas
Sabe-se que o planejamento é um desafio para as pequenas empresas, mas as grandes também enfrentam desafios quando o assunto é dar continuidade a um grande plano. Em grandes planejamentos você cria objetivos a longo prazo e eles podem perder o sentido, mas permaneceram em um plano estático, deixando de ser estratégico e tornando-se mera obrigação. Os planejamentos grandes não deixam de existir, você pode ter visão de longo prazo, mas tenha a consciência de que é muito difícil acertar. O desafio das grandes empresas é mexer em estruturas que estão enraizadas.
George aponta que o melhor caminho para pequenos e grandes negócios é respeitar os pilares, a cultura do negócio e fazer a mudança aos poucos. Em relação ao tempo que leva para implementar a metodologia, George explica que isso depende da maturidade da empresa e da sua capacidade de mudança. O empreendedor diz que é preciso entender que os primeiros semestres serão de erros e que aos poucos tudo entra nos eixos: “Nas grandes empresas geralmente esse ciclo é maior, então trabalhamos por piloto, ciclo menor ou por área”.
Ciclos ágeis
Com ciclos mais curtos, conseguimos validar as coisas de forma mais rápida. O modelo de gestão depende da cultura propósito da empresa. George explica que o tempo que cada ciclo dura, depende das necessidades da empresa. É necessário fazer um diagnóstico e entender a forma de trabalho da sua equipe. Ele cita como exemplo o Spotfy, que trabalha com planos de 6 meses, uma construção ágil e simples. Para aumentar essa flexibilidade, George sugere a criação de objetivos e metas trimestrais.
Experiência como empreendedor
Na entrevista, George também fala sobre sua experiência como empreendedor e aponto desafios como a retenção de talentos. O empreendedor explica que o OKR surgiu para ele como uma forma de manter as novas gerações engajadas na organização: “Na minha experiência como empreendedor, sentia não ter pessoas engajadas e por meio da CoBlue conseguimos idealizar um negócio capaz de solucionar esse problema”.
Interdependência entre as áreas
Independência de outras áreas não existe, o que existe é uma interdependência: “É importante que as áreas entendem que uma depende das outras. Alguns valores são fundamentais para esse modelo dar certo, você tem autonomia, maestria e o que amarra isso é o propósito”.
Papel da liderança
O papel do líder é fundamental para transmitir esse pensamento. As pessoas ganham autonomia e realmente contribuem da maneira como elas acreditam que seja possível. Quem está em contato com a força motriz é o colaborador. “Hoje não fazemos nada sem pessoas encantadas com o que estão entregando, a felicidade antes das 18h tem que fazer parte do seu sonho”.
Como líder, George também fala sobre a relação com sua equipe: “Não tem preço ver as pessoas que acreditam no mesmo sonho que você”.
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